MANOEL ESPERIDIÃO DO RÊGO BARROS NETO
Como
já observamos em outros escritos, a construção social nos países Capitalistas permitem
a rivalidade e a conquista dos mercados. Essa rivalidade é marcada pelo
profissional especialista e ou criativo. Porém, é licito supor que a educação
da sociedade pós-moderna ou pós-industrial busca o sujeito perfeito. Winnicott
(2010) menciona sobre a negligência da educação como um todo. Essa negligência e
ou o não desenvolvimento do sujeito cognitivo e emocional, transparece na falha
da educação infantil, seja na primeiríssima infância (relação familiar) ou na
educação escolar. Essa negligência educacional leva a perda das oportunidades
criativas trazendo falhas futuras no desenvolvimento intelectual deste sujeito.
“Aos professores precisa ser apresentada a dinâmica do cuidado infantil tanto
quanto é necessário que se lhes ensine a ensinar” (WINNICOTT. 2011. P. 178). A falta
de uma boa educação infantil leva a não compreensão dos processos educacionais
futuros, e seu desempenho escolar vai ser baixo e sem consistência e rendimento
futuro. Deixando a criança inquieta e sem atenção, o cuidado infantil não se
relaciona a preferências ou a repulsa a crianças não desejadas. Devemos buscar
o outro em toda sua autonomia ou limitação. Uma educação compartilhada com a
família ou uma educação dialogal entre sujeito/escola e escola/sujeito vai
permitir um bom desenvolvimento cognitivo. Winnicott (2010) menciona que a base
da saúde mental se estabelece durante a primeira infância, quando a mãe é capaz
de satisfazer este cuidado. A escola é um complemento desta base de desenvolvimento
e vem complementar a relação sujeito/outro. Contudo, para buscarmos a satisfação
emocional do sujeito social, devem ser levados em conta todos os processos de
desenvolvimento e maturidade parentais, isto é, uma família que desempenha seu
papel satisfatoriamente auxiliando no crescimento e nas escolhas. Muitas vezes desejamos
um bebê e criamos um monstro, o que faltou a este sujeito?
Um o ambiente saudável deve
possibilitar ao sujeito um crescimento seguro e uma possível maturidade. Porém,
ato de adolescer revela a importância e a responsabilidade das figuras
parentais, se esta responsabilidade falha os adolescentes são levados à falsa
maturidade. Winnicott (2011) menciona que os adultos são necessários para que o
adolescente crie confiança em si mesmo, tenham vida e criatividade. A capacidade
de desenvolvimento e equilíbrio ligasse entre bem ou mal, essa compreensibilidade
o sujeito vai encontrar na faculdade de entendimento de amor dentro do Self.
Hoje, o homem pós-moderno encontrasse suscetível
à violência, sua resposta agressiva manifestasse de varias formas, suicídio,
agressividade momentânea ou numa agressividade que pode se transformar em perseguição.
A agressividade por perseguição é uma busca pela cura mental, é uma tentativa
de sair do sistema de competição social. Essa competição ou rivalidade por uma
busca social leva o sujeito a um caminho de sofrimento, de dor, ou a uma felicidade
ilusória, riqueza.
Não podemos responsabilizar as
crianças ou adolescente pelos homicídios e assassinatos oferecidos pelo
panorama mundial, isto é, o ser prefeito e vencedor. O que percebemos no
trabalho com adolescentes autores de atos infracionais foi que este jovem
reflete um delírio estruturado, sendo inflamado pela consciência grupal. Esse delírio
estruturado leva este sujeito a episódios que se baseiam em perseguição provocada
pelo Capitalismo e pelo consumismo. Foi observado também que o adolescente não
busca outro caminho porque não foi caracterizada em seu imaginário a confiança
e a maturidade das figuras parentais. Isto é, os impulsos agressivos
inconscientes encontram-se vinculados ao relacionamento objetal de amor. Diante
desta realidade, observasse que numa visão consumista e capitalista não é o
valor que faz o preço, é o preço que faz o valor.
Numa Instituição de Acolhimento, ao
recebermos um adolescente buscamos um diálogo e ao mesmo tempo o conhecimento
sobre seus pertences pessoais. Certa vez durante um acolhimento perguntamos ao
adolescente o que ele trazia e respondeu: “trago marcas de bandido”. Num primeiro
instante pensei em cicatrizes ou coisa parecida, mas logo descobri que se
referia a marcas de roupas famosas e caras. O dinheiro no ato infracional
comunica por linhas travessas o negócio ilícito. “A miséria agregava ao
dinheiro um valor todo outro” (DOSTOIÉVISKI. 2006. p. 31).
No mundo Capitalista não é possível uma
redistribuição de trabalho, riquezas ou saberes. Contudo, se vivemos numa
sociedade devemos redistribuir o que temos de valor, o conhecimento e sabedoria.
Estes valores sociais utópicos seriam redistribuídos possibilitando a ré
existência do outro. Nós professores, podemos possibilitar a ré existência do
outro quando possibilitamos a reflexão, e o pensamento criativo. Hoje a cultura
é distribuída por uma programação televisiva, da mesma forma os valores, ético-morais.
A mídia apresenta uma opinião publicada, somos condenados pelo nosso grupo
étnico ou pelos ghettos em que moramos, isto é, somos paliçadas pelo
preconceito social. Se apurarmos nosso olhar sobre os programas televisivos
vamos perceber que estes não são pensados por estudiosos ou pesquisadores. Essa
mídia, forma cada vez mais sujeitos ignorantes, seguidores de trilhas tortas. Cabe
ressaltar, que o homem pós-moderno é escravo da mídia e do Capitalismo estético
e delirante, ou melhor, somos consciências sociais, pensamos por intermédio do
outro.
REFERÊNCIAS
WINNICOTT, Donald. W.
5ª ed – São Paulo: Editora WMF – Martins Fontes, 2011
DOSTOIÉVSKI,
Fiódor. Recordações da casa dos mortos. São Paulo: Martin Claret, 2006
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