Aspectos Metodológicos DO PROJETO
LIVRO DA VIDA UMA PEDAGOGIA DO DIÁLOGO
BARROS
NETO, Manoel Esperidião do Rêgo
O método de estimulação e reeducação
desenvolvida nas atividades experienciais segue um caminho qualitativo e
quantitativo numa abordagem pedagógica reflexiva social e ou de reeducação
socioescolar. Esta abordagem segue à reflexão dos signos sociais, comportamentais,
emocionais e o desenvolvimento de estímulos cognitivos. Este método é fundamentado
em abordagens bibliográficas e numa perspectiva pedagógica social e cognitiva,
na psicopedagogia e em conceitos psicanalíticos, a primeira abordagem se deu
com Oficinas de arte e cidadania na Casa de Passagem III, a segunda na
Necessidade Especial e nas Oficinas Pedagógicas de Liberdade Assistida (L.A). As
ferramentas metodológicas foram edificadas nas especificidades dos sujeitos,
realidade social, histórica, cultural, compreensão do “eu”, análise ou reflexão
dos signos sociais como família, escola e sociedade, Lei: 8069/90, e
comportamento relacional. Sendo estes componentes básicos do desenvolvimento
metodológicos para estudos Socioescolar e socioeducativo.
Correspondendo a uma fase intensa de
pesquisa e trabalho nas citadas Instituições ao longo dos anos de 2009 a 2012,
tendo sido realizadas interlocuções que volveram mais de 70 adolescentes em
Acolhimento Institucional (Casa de Passagem III), na Necessidade Especial, e
adolescente em conflito com a Lei.
O primeiro passo foi à realização do
mapeamento diagnóstico das características individuais e grupais, isto é,
perceber suas necessidades emocionais, os déficits cognitivos e as causas que os
afastaram da escola. Com estes dados em mãos, buscamos elementos didáticos que
provocassem as faculdades intelectivas, emocionais e cognoscitivas dos sujeitos
envolvidos nas oficinas. Durante este período buscamos trabalhar habilidades
necessárias como: coordenações motoras, atenção, concentração, constância
visual, memória visual, diferenciação de figura de fundo, relações sociais e
comportamentais, etc.
Vigotski[1] (2010) defende a
psicologia pedagógica, isto é, a psicotécnica pedagógica como essência que
trata das mudanças do comportamento e dos meios que dominam as Leis sociais. É
necessário sublinhar que falta a escola uma observação cientifica e vivenciais sobre
algumas imagens ações, uma observação maior a causa histórica social dos
sujeitos, falta também uma reeducação pedagógica que possibilite aos sujeitos
uma reflexão entre ele e a sociedade. “Como ciência da educação, a pedagogia
precisa estabelecer com clareza e precisão como organizar essa ação, que formas
ela deve assumir, de que procedimentos lançar mão e em que sentido” (VIGTSKI.
2010. p. 1). Diante dessa realidade é necessário apontar que a pedagogia
reflexiva abrange a essência de vários setores particulares do conhecimento,
ela deve operar com as ciências filosóficas e normativas.
Todos os elementos do Projeto Livro
da Vida uma pedagogia do diálogo, foram baseados num conceito de projeção e
identificação do diagnóstico apresentado pelo sujeito durante o acolhimento e
da anamnese. Diante dos dados identificados passamos a tomar consciência do
comprometimento do adolescente com a imagem ação, sua vivência de rua, seu
déficit cognitivo, a ausência da família, da escola e do Estado, e ou, sua
dependência química. E partindo para uma elaboração de práticas cognitivas, o
primeiro passo foi buscar todos os elementos projetados pelos sujeitos durante
seu acolhimento, e assim formar as bases do segundo passo, o planejamento pedagógico.
O terceiro foi trabalhar as funções cognitivas com jogos, brincadeiras e
avaliações pedagógicas como: leitura, criação e interpretação de textos, um
despertar da memória matemática, desenhos e gravuras.
CONCLUSÃO
Estas atividades experienciais
possibilitou-nos a compreensão das carências de memória: visual e auditiva,
déficit de atenção, coordenação motora, noções de figuras espaciais, simetria
de formas, atenção, concentração, raciocínio lógico, memória e capacidade de
análise. Com base nestas informações, as oficinas possibilitou aos
participantes a manifestação de diversas carências como: a incompreensão do
“eu”, o despertar do retorno socioescolar, seus atos subjetivos, sublimação das
carências emocionais e o preconceito vivido. É necessário mencionar que durante
as atividades experienciais passamos a trabalhar e enfrentar o choque e a
interdependência do sujeito à sua imagem ação e sua imagem espetacular.
Os jogos, brincadeiras, a construção
artística, as leituras e interpretações de textos ou a escrita, a composição de
músicas e a criação artística revelaram ações sociais, desempenho cognitivo,
condições orgânicas, emocionais e comportamentais, regras, signos sociais, e
limites. Quando se trabalhou as funções cognitivas na matemática buscou-se o
processo mental da percepção, memória, juízo e o raciocínio lógico, os anos de
estudo atuais e os anteriores. A composição de músicas ou a análise do “rep”
teve o objetivo de trabalhar a escrita, a imagem ação e a imagem espetacular,
isto é, reflexão comportamental e social. Contudo, devemos buscar os vínculos
do sujeito às instituições de ensino, devemos articular o comportamento e o
interesse pelos estudos e o retorno escolar. Este foi o principal objetivo
metodológico das ações experienciais desenvolvidas neste Projeto de intervenção.
[1]
VIGOTSKY,
L. S. O desenvolvimento da percepção e
da atenção. 7ª ed. – São Paulo: Martins Fontes, 2007, p. 21 a 31.
__________, Lev Semenovich. Implicações educacionais. 7º ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007,
p. 87 a 125.
----------------, L. S.
Teoria e dados experimentais. Domínio
sobre a memória e o pensamento. 7º ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007, p.
31 a 50.
----------------, L. S.
Teoria básica e dados experimentais.
Internalização das funções psicológicas superiores. 7º ed. São Paulo:
Martins Fontes, 2007, p. 51 a 58.
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