BARROS
NETO, Manole Esperidião do Rêgo
Os sentimentos negativos
apresentados durante as oficinas pelos participantes devem ser analisados junto
ao grupo. Contudo, esta manifestação deve ser utilizada como objeto de
estudo de caso e ou avaliação da equipe técnica. Se estes sentimentos negativos
persistirem os mediadores devem conversar sobre o assunto junto ao sujeito.
Contudo, é importante observar que estas manifestações emocionais durante as
oficinas são pontos positivos dentro do contexto proposto. Cabe ressaltar que,
o papel do mediador da oficina é dar suportes positivos a estes sentimentos,
ele não deve conduzir o sujeito a uma reflexão sobre este estado emocional,
isto é, fazer o sujeito buscar o seu caminho.
Devemos considerar que o sentimento
contraproducente é inconsciente e pode ser direcionada a família, ao monitor da
oficina, a uma disciplina ou ao docente orientador da mesma. Levando o sujeito
a se afastar inconscientemente das relações sociais, inclusive criando ponto de
distância entre ele e o objeto internalizado. No âmbito escolar a causa deste
sentimento negativo pode ligar-se ao medo imposto em sala de aula pelo docente
ou pela disciplina, ao passo que essa negatividade nasce do sentimento de
abandono. Winnicott[1]
(2011) menciona que à destrutividade existente em nós ligasse à raiva perante a
frustração ou quando é uma reação frente ao medo, gerando incapacidade. Essa dificuldade
é individual e cada um assume plena responsabilidade sobre ele, e se relaciona
ao sentimento primitivo de amor. Essa sensibilidade tem origem na primeira infância,
e esta ligada ao sentimento de culpa. É oportuno frisar que, a escola é uma
complementação do lar, da família ou dos pais, é uma complementação do processo
relacional social.
As análises sobre estes sentimentos devem
ser refletidas em grupo, afinal de contas as oficinas tem o objetivo de fazer o
sujeito refletir sobre as suas restrições cognitivas e comportamentais. A
indicação por análise ou a avaliação dos objetivos, é o ponto de partida a
qualquer estudo pormenorizado. Zabala[2] (1998) menciona que é
impossível avaliar o que acontece se não conhecemos o sentido único do que se
faz. “[...], também serão conteúdos de aprendizagem todos aqueles que
possibilitem o desenvolvimento das capacidades motoras, afetivas, de relação
interpessoal e de inserção social” (ZABALA. 1998. P. 30).
É necessário perceber que as
oficinas têm o objetivo de deixar o sujeito livre para concluir as atividades
até o final. E o mediador deve fazer anotações sobre todos os pontos
observados, inclusive sobre os sentimentos negativos e a necessidade de ajuda.
Tomemos como exemplo para as avaliações, comportamentos, tempo gasto para
conclusão de atividades, dificuldade, necessidade de ajuda, atenção,
deficiências de relacionamentos ou déficits cognitivos, e por ultimo trabalhar
os sentimentos negativos provocados pelo exercício proposto.
Há de convir que, as oficinas só
terminem quando os exercícios propostos acabarem. As exceções como não
conclusões das atividades devem ter como prioridade o auxilio dos colegas, por
ultimo dos mediadores. As intervenções procedentes feitas pelo mediador devem
acontecer durante as oficinas quando necessário. E as pontuações registradas
durante oficinas, vão ajudar aos mediadores e participantes buscarem ou refletir
sobre o comportamento e sobre os déficits cognitivos. Devem ser percebidos e
anotados todos os pontos, porém, as relações interpessoais, sentimentos
negativos e o desenvolvimento motor são pontos que não podem ser esquecidos.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Nas oficinas de L.A[3] observamos que a grande
maioria dos participantes apresentou este sentimento difuso antes, isto é,
durante o acolhimento, e durante as oficinas. Contudo, os monitores levaram em
conta a vivência e a experiência de cada um, e este comportamento foi refletido
com todos os participantes. Observamos também dificuldades como coordenação
motora, déficit de atenção e memória, e o mais grave, muitos se apresentam sob
o efeito de substâncias psicoativas.
Cabe ressaltar, que o uso prolongado destas substâncias causam déficit
de memória e atenção, dificultando ainda mais a coordenação motora. Estas
observações foram desenvolvidas durante as atividades com figuras geométricas:
mosaico[4], tangram, quebra cabeças,
escrita e leitura e composição artística.
Contudo, os resultados esperados pelos monitores das oficinas foi satisfatório, despertamos
curiosidade e o interesse do sujeito pelo aprendizado, bem como, uma reflexão
das imagens ações. Devemos mencionar também, o interesse de alguns ao retorno
escolar, e a diminuição do uso de substâncias psicoativas. Isto é, o Projeto
Livro da Vida uma Pedagogia do Diálogo conseguiu uma reeducação às evasões durante
as oficinas pedagógicas e arte e cidadania na Medida Socioeducativa. Para os
profissionais o ganho foi à satisfação e o sucesso sobre as evasões, a mudança
reflexiva a cerca dos sentimentos negativos e uma busca por outro projeto de vida.
[1] WINNICOTT, Donald W. Agressão culpa e reparação. 5ª ed. São
Paulo: Editora: WMF Martins Fontes, 2011.
[2]ZABALA,
A. A função social do ensino e a
concepção sobre os processos de aprendizagem: instrumentos de análise.
Porto Alegre: Artmed, 1998. P. 27 a 52.
[3]
Medida Socioeducativa em Meio Aberto – Liberdade Assistida.
[4] Imagem ou padrão visual criado pela
incrustação de pequenas peças coloridas sobre uma superfície. Dicionário
eletrônico Houaiss da língua portuguesa – 3.0.
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