Mencionar
sobre o processo da leitura e da escrita não é apenas focar no ato de ler ou
escrever, é necessário examinar como ocorre à alfabetização, como a
criatividade da criança foi aproveitada no momento da garatuja!
Diante de tais contextualizações examina-se que alfabetizar
é buscar desejos, motivações e/ou aproveitar todos os momentos de garatujas.
Garatujas são os primeiros traços
que as crianças produzem quando percebem o mundo ao seu redor. Pode-se
mencionar que são representações simbólicas ou leitura do mundo vivido, é o
primeiro traçado da escrita.
Para os pais estes rabiscos não têm significados, tornam-se
apenas leituras incompreensíveis. Porém, aos olhos das crianças estes riscos
mal traçados trazem as primeiras características da essência de coisa,
qualifica a maneira de interpretar o mundo vivido.
Vigotski
(2014) em sua obra imaginação e criatividade na infância menciona que a
imaginação e a criatividade articulam-se com as experiências individuais. Ou seja,
encontra-se em qualquer parte da vida social. É de natureza antecipatória,
possibilita ir além do aprendido diretamente, são fatores decisivos dos nexos
entre a capacidade imaginativa e a antevisão das coisas. Para Vigotski (2014) a
imaginação distingue-se em duas; imaginação reprodutiva ligada à memória e a
imaginação criativa essa ultrapassa a memória. “Na infância encontramos a
alternância de uma e outra forma de imaginação concomitantemente ao
desenvolvimento intelectual, estruturada a parir das relações entre quantidade
e qualidade das imagens mentais” (VIGOTSKI. 2014. p. 10).
O contato entre a criança e o desenho é de extrema
necessidade para seu desenvolvimento cognitivo. E quanto mais ela tiver contato
com outras formas de desenhos e rabiscos, outros objetos intelectuais mais
enriquecidos será o seu conjunto de conhecimento e grafia.
Assim diante de tais contextualizações examina-se
que alfabetizar significa mexer com o social/cognitivo, envolvendo processos
cerebrais complexos. Ao mesmo tempo devem-se examinar os fatores desejáveis da
alfabetização.
Vigotski (2007) menciona que existe
uma relação entre: aprendizado, desenvolvimento e metodologia. Para ele (2007)
o aprendizado é puramente espontâneo e externo, não está envolvido ativamente
no desenvolvimento.
O aprendizado utiliza os avanços do desenvolvimento
em vez de fornecer impulsos para modificá-los. Assim, é importante ter ciência
da compreensão evolutiva de cada indivíduo, e o domínio das formas lógicas do
pensamento e o domínio lógico abstrato ocorrem por si mesmo. Mas, o
desenvolvimento ou a maturação é uma pré-condição do aprendizado.
Vigotski (2007) menciona sobre o desenvolvimento
real, como desenvolvimento das funções mentais da criança, é o resultado
dos ciclos de vida. Já o desenvolvimento proximal, determina soluções de
problemas, define funções não amadurecidas, mas que em processo de maturação
será definida com orientação de alguém.
REFERÊNCIAS
VIGOTSKI,
L. S. Imaginação e criatividade na infância. São Paulo: Editora: WMF – Martins
Fontes, 2014.
__________,
Interação entre aprendizagem e desenvovimento. 7ª ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2007. Pp. 87 à 107.
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