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As Fontes do Conhecimento (pp. 111 a 133) Capitulo 6.




MOZER, P. K.; MULDER. H. Dwayne; TROUT, J. D. A. Teoria do conhecimento. São Paulo: Martins Fontes, R008.
 
                                                                  BARROS NETO, Manoel Esperidião do Rêgo

 

            O presente estudo baseia-se em analisar as fontes do conhecimento, e ao mesmo tempo, apresenta as fontes tradicionais debatidas pelos racionalistas e empiristas. Neste estudo ele menciona sobre o empirismo conceitual e o empirismo básico. Em sua explicação estes fatos são posições logicas e independentes e ao mesmo tempo nenhuma delas acarreta ou implica uma ou outra. Certas proposições segundo o racionalismo detém um status epistemológico privilegiado pela sua natureza, neste momento cita dois exemplos: (1) para todo conhecimento existe uma causa, (2) dois objetos não podem ocupar exatamente o mesmo espaço, lugar e tempo. Segundo ele estas proposições são epistemologicamente especiais, ambas são cognoscíveis e não analíticas. É pertinente mencionar que segundo suas análises os empiristas costumam negar o seu próprio conhecimento, sintéticos e a priori, ou conhecimento de proposição. Para eles a proposição de que todo conhecimento tem uma causa, aparece sintética ou apriorística.  
            Quando trata sobre a argumentação racionalista em favor do conhecimento inato trata da argumentação moderna e chama de “argumentação da pobreza do estímulo”. Segundo ele a existência do conhecimento inato é dirigida a partir de um domínio especifico, isto é, ele considera que este fato da aquisição nasce da competência ou capacidade inata. Como exemplo trata sobre o processo linguístico passado a criança na fase de desenvolvimento, observa que os processos de desenvolvimento linguístico dos sujeitos nascem das contribuições exógenas. Citando Jerry Fodor (1975) menciona que, o único modelo de aprendizado que dispomos envolve a formulação de hipótese a respeito do mundo. Ele considera que essas observações do argumento racionalista em favor do conhecimento inato dos sujeitos têm ramificações contemporâneas.
            Ao mencionar o empirismo, o positivismo e a subdeterminação, ele trata sobre o empirismo de Hume (1748), este dado teórico foi motivado por considerações semânticas, sobre os sentidos. Consiste em questionar o sentido de conceitos que não têm bases em experiências. Ao mesmo tempo cita sobre o Circulo de Viena, onde vários positivistas lógicos passaram a defender o principio da verificação e do significado. Estes estudiosos afirmavam que toda proposição dotada de significação pode ser passiva de observação.
             Quando trata da intuição e os relatos em primeira pessoa, cita os argumentos epistemológicos iniciados pelos filósofos, e trata das intuições a cerca da natureza e do conhecimento. Examina as instituições como fonte teórica de conhecimento natural, isto é, devemos considerar as instituições como argumentação a partir da sua própria teoria. Os relatos dos sujeitos como primeira pessoa são fontes importantes do conhecimento quando esse objeto de conhecimento é o próprio sujeito. O autor considera que a intuição como linguagem usual pode ser o ponto de partida para uma investigação filosófica, ao mesmo tempo ele deixa uma grande duvida em seus relatos, e cita que, estes fatos não são campos adequados a questões teóricas importantes. Em outro sentido ele observa que estes fatores do conhecimento natural é uma faculdade especial da percepção humana. Como exemplo trata sobre o conhecimento das propriedades morais (signos sociais) pelo exercício da intuição, e abre uma questão importante a ser estuda, “se há muitas pessoas que não têm essa faculdade, por que isto acontece”? 
            Examina minuciosamente o conhecimento e o conjunto da percepção e da memória, em sua argumentação afirma que a memória está por trás de boa parte dos conhecimentos que supomos ter. Segundo ele, a memória relativa à nossa própria pessoa contém informações errôneas a cerca dos objetos de lembranças. Como exemplo traz: quando pensamos sobre um acontecido, na realidade não aconteceu com nossa pessoa, e sim com alguém próximo a nós. Em suas observações ele registra o efeito da informação errônea sobre a memória essa informação é bastante poderosa, neste tópico ele menciona outro exemplo sobre um estudo desenvolvido por voluntários, (signos de transito). Os voluntários assistiram em slides a um determinado acontecimento. E receberam informações verbais a respeito do acontecido, estas informações não continha detalhes cruciais para causar confusão. E depois foram submetidos a um teste de memória com perguntas sobre os detalhes. Neste estudo os mediadores colocaram o nome “sigam” na cor vermelha, depois os voluntários foram submetidos a um teste de dupla escolha.
            Quando trata sobre a unificação teórica, parte do pressuposto de que qualquer objeto real tem diversos efeitos, e menciona como exemplo uma árvore e seus efeitos naturais. Ao mesmo tempo cita a existência das controvérsias sobre as causas naturais e os estudos que determinaram conhecimentos. Neste ponto ele examina a hipótese que possa unificar uma variedade de informação empírica e teórica. Contudo, ele menciona que estas estratégias se manifestaram nos primórdios das ciências experimentais modernas e em outros contextos.
            Por fim trata do testemunho e a dependência social, e cita que a confiabilidade da dependência nasce da posição especial ocupada pela pessoa que confiamos. Essa posição assume várias formas como: uma especialização técnica baseadas em informações teóricas, uma especialização prática e ou uma capacidade perceptiva normal.
          Para ele o a dependência social epistêmica tornasse evidentes também nos contextos familiares. Neste ponto ele chama a atenção sobre as influências sociais e culturais, e examina que o reconhecimento da ideia de que a experiência ou a confiabilidade é sempre relativa a um determinado domínio. E considera a ideia sobre à triangulação entre: a ciência e o senso comum. Esta triangulação sucede numa variedade de disciplina e contexto, isto é dedução e indução, a este ponto ele chama de racionalidade. E conclui, referindo-se a epistemologia que trata do modo pelo qual, essas práticas se vinculam com o mundo. Não a duvida que o conhecimento seja mediado entre as instituições humanas – especificamente ligada à cultura e as condições de tempo e lugar. Porém, ele se volta para a complexidade e a essência do desempenho e do testemunho no processo do conhecimento.

 

 

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