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SIGNIFICAÇÕES DO DESEJO


DATA: 15/08/ 2013 - deslocamento
              Estive ausente, estava em busca de outras significações. Hoje acordei refletindo sobre a dor da ausência. Não a abstração de sentimento ou falta do desejo objetal, mas a apartação das manifestações pulsionais sobre o desejo libidinal. Estas escassezes significantes podem ser manifestações do princípio de morte ou sensação de dor, o luto.
              É importante mencionar que este aumento da tensão emana do desenvolvimento da personalidade, ligam-se as fontes primarias de tensão, denominada pela psicanálise de frustração.  
Contudo, devo mencionar que a estrutura da personalidade é representada por acúmulos de numerosas identificações ou transferências desenvolvidas ao longo de toda uma vida.
              Analisando os obstáculos externos e internos deste deslocamento, ou seja, a ante-catexia, percebi o quanto fui levado a reprimir e deslocar meus sentimentos pulsionais. Hoje forma-se uma nova catexia, ou seja, desejos deslocados e reprimidos pelo cogito da razão social. Para ser mais claro, sentimentos libidinais não revelados conscientemente.
              Pois, ao descobrir que amamos o desejo e não o objeto - observei o querer cada vez mais intenso sobre o anseio não satisfeito.
Tais sentimentos nós levam a sentir fisicamente todas as circunstâncias da libidinais. Curioso, mais o corpo vem responder ao desejo inconsciente/consciente, esse feedback deixa marca dorida e contrações musculares. O torso responde, o olhar revela a ação do ato falho, o sonho dissemina o gozo do desejo físico.
              Nossa, que sensação ofegante! Porém, tais sentimentos foram transferidos ou substituídos pela compreensão psicanalítica, pelos estudos. Fui buscar de respostas, passei então a perceber que quanto menos reduzia a tensão, mais longínquo fica o deslocamento do objeto original.  
Diante de tais contextualizações passei a perceber que a tensão libidinal aumentava todas as vezes que me deparava com o objeto do desejo. Passei a compreender que quanto mais me refugiava nos estudos, mais aumentava a catexia.
Este estado deixava-me vulnerável a procura de novos e melhores modos de redução desta tensão pulsional. Isto explica à variabilidade do meu comportamento e/ou a busca da satisfação libidinal.
              Por outro lado, pude perceber que minha personalidade ganhava mais estabilidade com o passar dos anos e este estado era reforçado pelos compromissos sociais e profissionais estabelecidos pela resistência do ego ao superego.
Ainda assim, meu estado de “eu” representado pelo superego, acompanhado pelo “isso” deixava-me tenso e nervoso. E passei a perceber que não resisto a uma olhadinha, satisfaço-me com os olhos ou busco oportunidades de revelar-me autenticamente.


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