DATA:
18/07/2013 – imagens projetivas do eu
Hoje despertei pensando sobre os
meus desejos reprimidos pelo tempo, mas o que é o tempo? Seria uma ideia vazia
do presente, passado e futuro ou uma reflexão isolada dos meus desejos
relacionados à realidade subjetiva do espaço temporal da mente.
Foi anos vividos sob o domínio do
medo, medo de sentir prazer em algo errado, de estar fazendo algo errado!
Em minha vida, cinquenta anos de
vida, aprendi que somos desalojados de nós mesmo, nossas escolhas revelam
desejos inconscientes, reprimidos pelo tempo. Ao mesmo tempo tais desejos são
direcionados a nós de outra forma, desviamos do foco, o desejo. Somos obrigados
a procurar alguma forma de sentir prazer, e o objeto de prazer desejado é
esquecido.
É importante destacar ao leitor que
ele é quem deve nomear seus anseios frustrados, em meus escritos nomeio os meus
desejos latentes. Contudo, silenciar desejos é despertar a vida e a morte, é
reprimir todos os eu’s vivenciais. Desta forma pergunto-lhes: O que são
consciências?
Ressalvo-lhes que nossos estados de
consciências são puras abstrações, o que é consciente agora segundos depois se
torna latente. Temos desejos de morte?
O desejo de morte une-se ao desejo
de vida, curioso, mas é o mesmo sentimento, morremos todos os dias. Refletimos
imagens transferências direcionadas pela convivência cultural e relacional,
isto é, somos o outro em nós.
Winnicott menciona sobre “self’s”
falsos e verdadeiros, o “self” é eu em mim mesmo, é reconhecer-me no espelho e distinguir
entre minha imagem e as imagens direcionadas a mim. Perceber-se de forma
prazerosa! Mas, devo ressaltar que “eu” é afetado em sua própria constituição,
pelo processo de identificação. Identificamos primeiro com o nosso objeto de
prazer e sobre vivencia, nossa mãe! Segundo Freud a identificação pode levar a
transformação do eu segundo.
Ao questionar-me sobre as imagens conscientes
do tempo, percebi imagens conduzidas a mim. Tais imagens influenciam tanto em
meu comportamento quanto em minha forma de vestir. Neste instante observei que
a imagem do corpo mental instala-se sob a imagem do corpo alienado. Como uma
imagem fetal, somos a imagem do desejo dos nossos pais, depois seremos uma imagem
do desejo social. A final, quem sou eu? Minhas buscas resultam em que?
Neste instante pensei no meu
princípio do prazer ou nos desejos reprimidos ao longo da vida, pensei nas
pessoas com deficiência física ou com deformações emocionais (obesidade mórbida
e anorexia).
Devo mencionar que o nível do
esquema corporal trás uma interdição do viver, lançam os sujeitos ao exílio
supremo no submundo interior e exterior. É neste momento que entramos no
tártaro sob o domínio de Hades.
Mas, logo me veio à consciência
minhas imagens projetivas esculpidas ao papel, foi neste instante que percebi
as dores visuais expressas na memória sensorial, este sistema de reprodução é
um dos componentes da memória de trabalho.
A memória prospectiva é um sistema
neural, constitui uma das unidades do pensamento, lida com varias informações
ao mesmo tempo: sons, imagens e pensamentos. É responsável pela informação
completa do nosso cotidiano, responde pelo planejamento diário e estratégias
comportamentais.
Porém, as imagens projetivas não se
instalam na memória prospectiva por mero acaso, é imagem do inconsciente ou um
simples ato falho fazem parte da memória de longa duração.
Porém, hoje a memória que me fez
retornar a palavra esquecida foi à de longa duração, ela é responsável pelo
registro das lembranças permanentes. Contudo, os desejos reprimidos não são
informações relevantes, são expectativas suprimidas por condutas sociais, passa
por um filtro chamado pela psicanálise de subconsciente.
Tais informações refugiam-se no submundo
do tártaro, encontra com Ades lá no submundo. Percorre labirintos intransponíveis,
chama-se inconsciente.
A psicopedagogia observada por Pain
trás que toda imagem linguística, todo comportamento humano, remete-nos a uma
estrutura inconsciente, assim como toda nossa produção criativa. Nenhum gesto,
pensamento ou imagem linguística acontece por acidente, somos reflexos de uma
cultura e absorvidos ou negados por ela.
Hoje fui levado às compreensões
reprimidas do meu silêncio ou ao entendimento teórico como este inconsciente, e
os desejos libidinais não realizados incomodam estados conscientes.
Passei por toda uma viagem interior
buscando uma ligação dos estados, o eu criança, o adolescente, o jovem,
chegando ao eu atual. Mas, foi neste momento que percebi que ainda não me
conheço. Mas, acentuo que os meus desejos sexuais procuro realiza-los de forma
prazerosa. Confesso que existem desejos e objetos que ainda não foram
realizados e nem vão ser, estes são intransponíveis. Contudo, falta alguma
coisa faltam ser divididos com objetos de ligação. Diante de tais questões
percebo que a mais importante ligação foi a minha mãe, minhas buscas não
resolvidas, é isto que falta!
Mais uma vez pergunto-me: quem sou
eu? Até breve voltarei numa outra palavra tentando encontrar a origem do meu
silêncio.
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