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SIGNIFICAÇÕES DO SILÊNCIO



DATA: 25/07/13 – a interrupção do silêncio
              Hoje despertei com um barulho intenso, rumores estrondosos, levantei para observar, e dei-me conta das horas. Mais uma vez percebi que o tempo era fugidio, corria léguas do meu próprio tempo.
              Mas, a agitação barulhenta continuava, procurando identificar a causa da interrupção do meu silêncio, percebi o cantar dos pássaros, cachorros ladravam e ao longe ouvi uma voz que dizia: “mamãe chagou”. Olhei pela janela, era a vizinha da frente informando aos gatos a sua chegada.
Logo percebi a transferia ao animal sua necessidade inconsciente da maternidade. Talvez a imagem simbólica “mamãe chegou” lembrava-lhe a primeira infância dos filhos, ou transferia linguisticamente seu discurso à necessidade de um neto. Tal situação é normal examina-se isto todos os dias e todo o tempo, necessidades maternas! De qual quer forma o gato supri sua carência materna, já que os filhos eram adultos e não lhe davam os mesmos carinhos; mesmo residindo com ela!
              Indiscreto, fui à busca de respostas, consultando o dicionário psicanalítico encontrei os sonhos fornecem indícios preciosos sobre uma situação transferencial. Contudo, somos traídos pelo inconsciente todo o instante, cometemos atos falhos, seja na expressão de imagens linguísticas ou imagens projetivas.
              Porém, transferimos desejos incônscios todo o tempo de nossas vidas, mas os sonhos fornecem indícios precisos sob uma situação mental de transferência, isto é, recalcamos desejos! E estes desejos recalcados são expostos ao consciente durante a noite.  
Quando dormimos reproduzimos imagens muitas vezes sem nexo, brigando, comendo, discutindo. Quando adolescente ou adulto reproduzimos imagens desejosas e libidinosas!
              Lacan menciona sobre o real simbólico, isto é, a estrutura linguística do discurso cultural, este traz o discurso do sujeito a partir da castração familiar. Esta castração funda e organiza o imaginário do sujeito a sua modalidade de laço social. Porém, é importante destacar que não é a transferência que faz a recusa, mas algo que reside no discurso linguístico e simbólico do desenvolvimento sócio/familiar referente à castração.
É através do desenvolvimento sócio/familiar que o sujeito sofrer inconscientemente produzindo e reproduzindo sintomas patológicos da dor somatizada nascida sobre o princípio do prazer (o momento do desejo dos pais) ou o próprio desejo reprimido inconscientemente.

Mais uma vez escrevo sobre a dor inconsciente, subjetiva.

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